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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

YouTube para Game Designers

Meu computador é razoável, mas a placa de vídeo é onboard e não roda nenhum jogo que exija um 3D mais detalhado, então, como faço para ver como é que é jogar aquele jogo de grande sucesso muito comentado por aí? Entro no YouTube e pesquiso o nome do jogo mais a palavra "gameplay". Faço isso também quando quero saber como é um jogo antes de adquiri-lo, pois não me satisfaço com avaliações, críticas e sinopses.

E se, apesar do meu computador aguentar o jogo por ele ser antigo e rodar num emulador, eu estiver mais interessado em conhecer a narrativa (história) do jogo e não estiver afim de morrer milhares de vezes para poder chegar até o final? Então eu entro no YouTube e pesquiso o nome do jogo mais a palavra "longplay". Já fiz isso com Out of This World (já tinha zerado antigamente, mas não teria saco para tentar de novo) e sua sequência (muito malfeita por sinal) e com Flashback: The Quest for Identity (ótima história de ficção científica à Vingador do Futuro, mas odeio plataformas e inimigos que não morrem nunca).

Tipo Prince of Persia só que atirando contra robôs e alienígenas

Porém, caso eu prefira jogar o jogo e esteja tendo dificuldade para passar de alguma fase, posso entrar no YouTube e pesquisar o nome do jogo mais a palavra "Walkthrough" e assistir somente até o ponto em que eu travei para não levar spoilers e estragar a experiência de jogo.

Pode-se pesquisar também no YouTube o nome do jogo mais a expressão "Speed Run" para assistir o jogo ser zerado no menor tempo possível. Eu não costumo usar muito isso, mas se você tiver pouco tempo disponível ou sua bateria estiver acabando ou se quiser descobrir atalhos e passagens secretas, é uma boa opção.

Assistir jogos diferentes é uma boa fonte de ideias e uma forma rápida de adquirir um grande repertório que será muito útil quando você, game designer, for criar seus próprios jogos. Você saberá o que já foi feito, o que deu certo, o que deu errado, quais os clichês de cada gênero lúdico e, a partir daí, você pode pensar sobre o que nunca viu num jogo e sobre o que gostaria de ver num jogo, qual jogo você gostaria muito que existisse e, daí para criar um jogo original e com apelo comercial para agradar pessoas como você, é um pulo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Um RPG eletrônico sobre jogadores de RPG de mesa

Acho que todo mundo que já jogou algum RPG de videogame antigo – como Chrono Trigger, The Legend of Mana ou Final Fantasy (antes de virar 3D) – e depois descobriu alguma versão do programa RPG Maker para computador, já sonhou em criar seu próprio jogo de RPG eletrônico.

O problema é que a maior parte dos que tentam usar o programa acabam apenas criando cópias clonadas de jogos famosos de fantasia medieval, limitados pela biblioteca gráfica oferecida pelo próprio RPG Maker e sem querer alterar nada no sistema de jogo que já vem pronto, apesar de ser totalmente customizável.

Mais outro Final Fantasy.


Eu prefiro ficar testando os limites das "engines" com novos conceitos e possibilidades que nunca joguei, mesmo aproveitando formatos de jogos já estabelecidos.

Dentre as ideias que tive (e anotei para desenvolver quando tivesse tempo), uma das mais recentes foi essa do título da postagem: um RPG eletrônico sobre jogadores de RPG de mesa.

Sim, foi uma das inspirações, porém o meu é mais para RPG do que para estratégia.

O personagem principal seria um mestre de RPG que, com sua equipe imaginária de criaturas e vilões, desafia grupos de jogadores de todos os tipos (power gamers, advogados de regras, etc) em suas casas, em eventos regionais, em casas de jogos e em mesas online enquanto explora novos mundos literários e cumpre missões do cotidiano que o farão se tornar um mestre cada vez melhor e talvez até um autor de suplementos ou de livros de RPG conhecido.

A cada novo manual de RPG que ele conhece, vai adquirindo novas técnicas (mecânicas de jogo) e imaginando novos universos de jogo (os planos de fundo onde se passam as batalhas/sessões de jogo). Já ao ler bestiários ele adquire o poder de invocar novas criaturas para desafiar os jogadores, e ao ler literatura de fantasia ele encontra ideias para compor seus próprios vilões, que evoluem com ele conforme vivem cada vez mais aventuras e campanhas.

Será um jogo muito foda, e uma homenagem a toda essa cultura de jogos de papel que tanto gostamos.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Encontro D30 Steampunk, Preparação

Vai rolar na Biblioteca Nacional de Brasília o primeiro Encontro D30 de 2015, cujo tema é Steampunk e, como é de praxe, pretendo me inscrever como mestre de jogo, porém desta vez não utilizarei meu sistema de jogo de comédias de ação (Mequetrefes), nem o versátil M&M (Mutantes & Malfeitores) para tocar o jogo, pois tenho o projeto de lançar um jogo de fantasia espacial e preciso testar seu sistema de jogo ainda que em outras ambientações.

O sistema de jogo deste meu projeto a princípio seria o mesmo do Star Wars da West End Games, um jogo de fantasia espacial de sucesso, porém com o uso dos dados de seis faces numerados de zero a cinco. Porém, como não terei tempo hábil até o dia 19 de abril para balancear o sistema com esses dados diferentes e como pretendo fugir um pouco dos jogos de desempenho tradicionais e oferecer maior controle narrativo aos jogadores, acabei misturando a mecânica de dados selvagens (que eliminam sucessos em falhas críticas e são rolados novamente em sucessos decisivos) do Open D6 com as características-condições do PDQ (Prose Descriptive Qualities) mais a mecânica de verdade narrativa do Wushu Open.

Ficou assim: o personagem possui pelo menos três Forças-Resistências (Motivação, Passado e Ousadia mais alguma outra Força em que queira investir) que ele define a partir de listas e depois atribui um valor de 1 a 5 conforme os Pontos de Aprendizado que tenha para gastar. Em Desafios Simples esses valores equivalem ao número de dados rolados, comparando-se o maior resultado contra uma tabela de falhas e sucessos pré-definida. Em Duelos ou Desafios Vistosos esses valores determinam até qual resultado nos dados a ação é bem sucedida, sendo que o número de dados equivale à quantidade de detalhes e frases de efeito utilizados na descrição da ação, quantidade de dados esta que é limitada conforme o grau de importância da cena (até 3 dados para cenas triviais e até 8 dados para cenas cruciais).

Os dados obtidos pelas descrições de ações em Duelos podem ser divididos livremente em Dados Ofensivos e Dados Defensivos, a fim de causar dano às Forças-Condições do adversário ao superar o resultado de seus Dados Defensivos e a fim de resistir aos seus Dados Ofensivos para não ter reduzido nenhum dos valores de suas próprias Forças-Resistências. Duelos contra Capangas Incompetentes são rolados contra um Nível de Ameaça pré-definido que é reduzido a cada sucesso em Dado Ofensivo e necessitam de um a três sucessos em Dados Defensivos para que o personagem não sofra nenhuma redução em algum valor de Força-Resistência.

Como trata-se de um jogo de ambientação Steampunk vitoriana, atitudes dos personagens que condizam com o código de conduta dos cavalheiros são premiadas com Pontos de Ventura, que podem ser gastos à vontade para alterar as chances dos personagens. Pontos de Ventura também podem ser ganhos quando o Ponto Fraco do personagem é acionado de forma interessante em alguma oportunidade. Além disso, os personagens também recebem Pontos de Aprendizado cada vez que falham em alguma ação, que podem ser gastos em troca de Dados Selvagens Extras nas rolagens.

A ambientação Steampunk também estará representada nas listas de opções das Forças-Resistências, como as opções de trabalho infantil do Passado dos personagens. Além disso há Técnicas relacionadas ou não a alguma Força-Resistência que aumentam o número de dados rolados, escolhendo-se os melhores resultados dentro do valor da Força-Resistência desafiada.

Este Encontro D30 será como um playtest para esse sistema de jogo, e pretendo postar aqui os resultados do jogo, as impressões dos jogadores e quais foram os roteiros da história seguidos, já que a trama só será revelada no dia do evento.